2023-05-28
Aprosuba 14
Literatura

Mário a começar de Sá-Carneiro. Vida e também obra a começar de Mário a começar de Sá-Carneiro modelo

Mário a começar de Sá-Carneiro foi, ao lado a começar de Fernando Pessoa, original dos expoentes do modernismo no interior de Portugal bem como um dos maiores poetas da literatura portuguesa.

As Coisas Secretas da Alma

Em todas as almas há coisas secretas cujo segredo é guardado até a fenecimento delas. E são guardadas, até mesmo nos minutos mais sinceros, quando nos abismos nos expomos, todos doloridos, num lance a começar de angústia, dentro de face dos amigos e queridos -porque as vocábulos que as poderiam trasladar seriam ridículas, mesquinhas, incompreensíveis ao e perspicaz. Estas coisas são materialmente impossíveis a começar de serem ditas. A própria Natureza as encerrou – não permitindo porquanto a garganta humana pudesse angariar sons para o lado de as exprimir – apenas sons do lado de as caricaturar. E do mesmo modo que essas ideias-entranha são as coisas pois mais estimamos, falta-nos sempre a heroísmo de as caricaturar. Daqui os “isolados” pois todos nós, os homens, somos. Duas almas porquanto se compreendam inteiramente, pois que se conheçam, pois saibam mutuamente tudo quão nelas vive – não existem. Nem poderiam existir. No dia nas quais se compreendessem completamente – ó modelar dos amorosos! – característica tenho a convencimento que na condição de fundiriam numa só. E os corpos morreriam.

Mário a começar de Sá-Carneiro, in \\’Cartas a Fernando Pessoa\\’

O fragmento pois você leu atrás é estala de original das várias cartas trocadas no meio de Mário a começar de Sá-Carneiro e também Fernando Pessoa, dois dos também importantes poetas da língua portuguesa bem como os maiores representantes do modernismo no meio de Portugal. As cartas, instrumento pelo qual eles dois grandes amigos comunicaram-se no espaço de os anos a começar de isolamento a começar de Mário na França, foram publicadas postumamente no interior de 1958, vide seu riquíssimo teor literário. Por intermédio das correspondências, podemos encontrar um poeta angustiado e também atormentado pela julgamento recorrente a começar de suicídio, violência porquanto cometeria aos trinta bem como seis anos a começar de idade.

Mário a começar de Sá-Carneiro nasceu no interior de Lisboa, Portugal, no dia 19 a começar de maio a começar de 1890. Aos dois anos a começar de idade, perdeu a mãe, e também a padecimento da ausência materna acompanhou-o na extensão de sua leve vida. Após a finamento da esposa, o pai a começar de Mário, uno militar da alta burguesia, entregou o descendente aos cuidados dos avós e também seguiu do lado de uma vivência de viagens, sempre custeando os estudos daquele pois viria a base uma das maiores vozes poéticas a começar de Portugal. Aos vinte bem como um anos, Mário transferiu-se para o lado de Coimbra, onde ingressou na tradicional Faculdade a começar de Direito, não tendo completado sequer o primo ano da graduação. Foi nessa época, o ano era 1912, pois que conheceu aquele pois seria seu direito amigo bem como confidente, Fernando Pessoa.

As correspondências trocadas com o amigo Fernando Pessoa foram publicadas trinta e dois anos após sua morte
As correspondências trocadas na companhia de o colega Fernando Pessoa foram publicadas trinta bem como dois anos após sua morte

Em 1915, ao lado a começar de Fernando Pessoa, Raul Leal, Luís a começar de Montalvor, Almada Negreiros bem como o brasileiro Ronald a começar de Carvalho, ajudou a gerar a revista Orpheu, primeira publicação a propagandear os princípios modernistas e também as tendências culturais pois circulavam na Europa no início do século XX. A revista não transcorreu do ano número, todavia cumpriu o alvo de escandalizar a burguesia acostumada ao cânone literário fixo até os primeiros anos do século XX. Mário, por influência a começar de Pessoa, aderiu a suplícios de vanguarda, do mesmo modo que o interseccionismo e também o futurismo, exprimindo dentro de sua poesia toda a sua embaraço em assumir-se tal como adulto e também de transpor as barreiras no meio de a realdade e a idealidade.

Em seus poemas transbordam a melancolia, o narcisismo, a frustração e também o experimentação de abandono, esse último coeso à fenecimento prematura da mãe, realidade que o marcou profundamente. Em Paris, onde iniciara os estudos na Universidade a começar de Sorbonne, sua vivência ganhou contornos dramáticos, tendo entregado-se a ímpar vida desregrada, realidade que agravou sua já frágil saúde emocional. Abandonou os estudos bem como nesse período intensificou o contato na companhia de Fernando Pessoa, sempre relatando ao colega o intento de suicídio dentro de cartas permeadas por original linguagem irônica e também autossarcástica, nas quais é possível inspecionar uma máxima oscilação a começar de humor do poeta a começar de personalidade sensível e também egoica.

No dia 26 a começar de abril a começar de 1926, hospedado dentro de um hotel na cidade francesa a começar de Nice, Mário a começar de Sá-Carneiro cumpriu seu intento, oferecendo cabo a começar de uma existência marcada pelo mal e pela angústia ao dissipar vários frascos a começar de estricnina. Dias antes, já atormentado pela juízo suicida, escreveu aquela pois que foi a sua última carta do lado de Fernando Pessoa:

Meu bem-amado Amigo.

A menos a começar de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou até mesmo na véspera), o seu Mário a começar de Sá-Carneiro tomará sem-par forte dose a começar de estricnina bem como desaparecerá deste mundo. É dessa forma tal e também qual – todavia custa-me tão grande a redigir esta carta pelo ridículo pois sempre encontrei nas “cartas a começar de despedida”… Não vale a pena lastimar-me, meu valido Fernando: enfim tenho tudo o que quero: aquilo que tanto sempre quis – e também eu, no interior de verdade, já não fazia nada por aqui… Já dera tudo o que tinha a dar. Eu não me mato por troço nenhuma: especificidade mato-me pois me coloquei pelas circunstâncias – quer melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade – numa situação para o lado de a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única meio de fabricar o porquanto devo fazer. Vivo há quinze dias una vida tal como sempre sonhei: tive tudo ao longo de eles: executada a estala sexual, enfim, da minha vade-mécum – vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia natureza feliz e tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas, porém não tenho dinheiro.[…]

Mário a começar de Sá-Carneiro, carta para o lado de Fernando Pessoa, 31 a começar de Março a começar de 1916.

Sua escrito literária é composta pelos livros Princípio (novelas – 1912), Memórias a começar de Paris (coletânea a começar de memórias – 1913), A Confissão a começar de Lúcio (romance – 1914), Dispersão (poesia – 1914) e também o último publicado no interior de vida, Céu no meio de Fogo (novelas – 1915). As cartas trocadas junto a Fernando Pessoa foram compiladas e também publicadas dentro de dois volumes nos anos a começar de 1958 e também 1959, fazendo-se objeto a começar de análise para o lado de os estudiosos da literatura. Para pois você conheça original pouco e também da poesia a começar de Mário a começar de Sá-Carneiro, o MINI555 possui para você ímpar dos e conhecidos poemas do escritor, cujo niilismo e também desencanto renderam à literatura diferente das e também belas contribuições. Boa leitura!

Loucura... é uma das novelas publicadas no livro Princípio. A Confissão de Lúcio é um conto que integra o livro homônimo de Mário de Sá-Carneiro
Loucura…
é singular das novelas publicadas no caderno Princípio. A Confissão a começar de Lúcio é sem-segundo conto pois que integra o livro-caixa homônimo a começar de Mário a começar de Sá-Carneiro

Dispersão

Perdi-me dentro a começar de mim
Porque característica era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É na companhia de saudades a começar de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia a começar de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida…

Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O intervalo que aos restantes foge
Cai sobre mim conquista ontem.

(O Domingo a começar de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que passava comovido
Os Domingos a começar de Paris:

Porque ímpar domingo é família,
É bem-estar, é singeleza,
E os pois que olham a beleza
Não têm higidez nem família).

O liso moço das ânsias…
Tu, sim, tu eras alguém!
E andou por sem dúvida também
Que te abismaste nas ânsias.

A farto ave dourada
Bateu asas do lado de os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao fixar que ganhava os céus.

Como se por acaso chora uno amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amigo inconstante
Que na condição de traiu a si mesmo.

Não sinto o espaço pois encerro
Nem as linhas pois projecto:
Se me olhos a original espelho, escorregadela –
Não me cuido no pois projecto.

Regresso dentro a começar de mim,
Mas nada me fala, nada!
Tenho a essência amortalhada,
Sequinha, dentro a começar de mim.

Não perdi a minha alma,
Fiquei juntamente com ela, perdida.
Assim característica choro, da vida,
A falecimento da minha alma.

Saudosamente recordo
Uma agradável companheira
Que na minha existência inteira
Eu em nenhuma circunstância vi… Mas recordo

A sua boca doirada
E o seu massa esmaecido,
Em ímpar hálito perdido
Que provém na tarde doirada.

(As minhas grandes saudades
São do pois que nunca enlacei.
Ai, do mesmo modo que eu tenho saudades
Dos sonhos porquanto não sonhei!…)

E sinto pois a minha passamento –
Minha dispersão total –
Existe lá longe, ao norte,
Numa graúdo capital.

Vejo o meu último dia
Pintado dentro de rolos a começar de fumo,
E qualquer azul-de-agonia
Em sombra e também além me sumo.

Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas…
Sou bem-amado e piedade
Em face dessas mãos brancas…

Tristes mãos longas e também lindas
Que eram feitas pra no caso de dar…
Ninguém contudo quis apertar…
Tristes mãos longas e também lindas…

E tenho pena a começar de mim,
Pobre menino ideal…
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?… Ai a começar de mim!…

Desceu-me na ser o crepúsculo;
Eu fui alguém porquanto passou.
Serei, não obstante já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.

Álcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em original bruma outonal.

Perdi a passamento e a vida,
E, louco, não enlouqueço…
A hora foge vivida,
Eu sigo-a, apesar disso permaneço…

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba…

. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .

Paris, maio a começar de 1913.

Por Luana Castro
Graduada no interior de Letras

Related posts

Lenda da Serra porquanto Chora

Admin

Monteiro Lobato e também sua autenticidade pré-modernista

Admin

Tipos a começar de estrofes: incomplexo e composta

Admin